Projeto “Inclusão Social” da Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES), que ensina informática básica e programação web para internos, planeja integrar o aprendizado ao desenvolvimento de programas para pessoas com transtorno mental e deficiência intelectual. A terceira edição do Projeto teve seu início na tarde desta quinta-feira (06).
Sua segunda edição foi concluída em julho deste ano, na Penitenciária de Vila Velha 5 (PVV5) e segue este mês para a Penitenciária de Segurança Média II (PSME II), no Complexo Prisional de Viana.
De acordo com a idealizadora do projeto e coordenadora do núcleo de Execução Penal da DPES, Roberta Ferraz, é o início de uma maior aproximação com o que foi desejado desde o começo do programa. “Usar o tempo ocioso dos presos para desenvolver uma capacitação potencialmente muito atrativa, especialmente para o presente e o futuro deles e usar o processo de aprendizado como recurso para produzir algo para outros ‘excluídos’”, pontua a Defensora.
Roberta lembra que a partir de agora todo o trabalho será em equipe. “A ideia é: pessoas encarceradas auxiliando na retirada do encarceramento de outras, de forma que os alunos desenvolvam programas para serem apresentados e aplicados para pessoas com transtorno mental e deficiência intelectual, pois pessoas também vivem uma forma de encarceramento”, constata.
Sobre o Projeto
O projeto surgiu entre junho e julho de 2017, com a ideia de reutilizar notebooks obsoletos que estavam na instituição. Pensando nisto, a Defensoria celebrou um termo de cooperação com a Faesa Centro Universitário e conversou com professores e alunos do curso de informática da universidade para elaborar esse projeto de inclusão social e digital. Assim, através dos notebooks da Defensoria Pública, os alunos e professores da faculdade ensinam informática básica para os internos da Penitenciária de Vila Velha 5 (PVV5).
Os detentos do programa aprendem informática básica e programação web proporcionando maior oportunidade no mercado de trabalho no futuro em liberdade.
O curso é voltado para os presos da população GBTT devido ao maior isolamento na unidade prisional, diante do preconceito. Esse grupo acabava ficando sem estudo ou trabalho e, por isso, foi escolhido para integrar o Projeto da DPES.
De acordo com a Lei de Execução Penal, a cada 12 horas de estudo, o preso tem direito a um dia de remissão da pena. O curso, que faz parte da prática “Inclusão Social”, tem 36 horas de duração, permitindo que, ao fim do curso, os internos participantes tenham três dias de remissão.
Por Raquel de Pinho