Mais de 60 pessoas participaram da audiência pública promovida pela Defensoria Pública do Espírito Santo, no último dia 13, para tratar da educação de crianças com necessidades especiais de Serra. O debate aconteceu em torno da falta de profissionais especializados na educação municipal, bem como do despreparo do ambiente escolar, para atender a demanda das crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência mental ou motora.
A audiência reuniu as mães das crianças e adolescentes, bem como representantes da Secretaria Municipal de Educação do Município. De acordo com a coordenadora do coletivo Mães Eficientes somos nós, Lúcia Mara, há anos as mães das crianças e adolescentes lutam pela inclusão. “Ainda não temos uma educação inclusiva, as crianças sofrem preconceito e nem e escola, nem os colegas, sabem ao certo como lidar com isso”.
Gisele Silva, que é mãe de uma criança com deficiência mental e motora, foi impedida de levar seu filho à escola, pois a unidade não conta com cuidador individual. Enquanto frequentava a escola, Gisele afirma que o filho não alimentado corretamente, além disso a escola conta com oito crianças com deficiência e somente um estagiário para absorver a demanda.
Para a defensora pública Jamille Soares, a audiência pública foi muito importante para alinhar as expectativas e entregas. “Há uma demanda urgente por atendimento especializado na Serra e o poder público vem falhando na entrega desse serviço. A Defensoria Pública está mediando essa discussão para que a população consiga ter acesso ao serviço especializados e inclusivo o mais rápido possível.
A Defensoria Pública, segundo Jamille, vai enviar documento às Secretarias de Educação do Estado e do Município de Serra recomendando algumas ações, entre as quais a realização de curso de capacitação para os profissionais da educação; a disponibilização de profissionais especializados nos cuidados de crianças e adolescentes com deficiência e a garantia de acessibilidade nos espaços físicos das escolas.
O secretário Municipal de Educação da Serra, Gelson Junquilho, afirmou durante a audiência pública que o compromisso assumido em fevereiro está sendo cumprido e a aquisição de materiais, bem como a contratação de novos profissionais dependem de orçamento. Ele ressaltou não haver omissão por parte do executivo municipal, pois as providências estão sendo tomadas.