O 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelou dados preocupantes sobre o aumento da violência de gênero no Brasil em 2023. Segundo o relatório divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as agressões decorrentes de violência doméstica apresentaram um aumento significativo de 9,8%, com um total de 258.941 ocorrências. Os casos de feminicídio cresceram 0,8%, totalizando 1.467 registros.
As tentativas de feminicídio e homicídio contra mulheres também aumentaram consideravelmente, com 2.797 e 8.372 casos registrados, respectivamente, representando altas de 7,2% e 9,2%. Esses dados ressaltam a gravidade e a urgência de enfrentar a violência de gênero no país, um problema que continua a ameaçar a segurança e o bem-estar de inúmeras mulheres brasileiras.
De acordo com a defensora pública do Núcleo de Defesa dos Direito da Mulher (Nudem), Laís Lima, a violência contra as mulheres ocorre, na maioria dos casos, no ambiente familiar, praticada por parentes muito próximos. A defensora explica que, no caso do crime de estupro, as principais vítimas são meninas negras de até 13 anos.
Laís ressalta a importância de as mulheres denunciarem a violência e buscarem ajuda, seja na comunidade, seja na Defensoria Pública ou demais instituições da rede de apoio. “A Defensoria possui, em seu site, um formulário para solicitação de medidas protetivas. Lá, as mulheres colocam suas informações e fazem a solicitação da medida sem precisar sair de casa”.
Conheça os tipos de violência
Violência psicológica: Com mais de 38 mil casos em 2023, esse tipo de violência registrou um aumento de 38% em comparação ao ano de 2022. O dano ao emocional da mulher se inicia com práticas que diminuem sua a autoestima, prejudicando seu desenvolvimento pessoal, manipulando seu comportamento, fazendo com que a mulher se isole da sociedade;
Violência física: As agressões decorrentes a violência doméstica aumento 9,8% em 2023 com mais de 258 mil casos denunciados. A violência física entre as mais comuns, afeta a integridade ou a saúde corporal, como bater, chutar, queimar, cortar, mutilar;
Violência moral: A divulgação de cenas estupros, sexo ou pornografias registrou mais de 7 mil casos, 47% a mais em comparação ao ano de 2022. A violência moral está ligada na ação de ofender com insultos, caluniando ou difamando, espalhando opinião quanto à reputação moral da mulher;
Violência sexual: Os casos de importunações sexuais cresceram 48,7%, superando 41 mil registros. Os registros de assédio sexual aumentaram 28,5%. A violência sexual também pode estar ligada ao ato de manter ou obrigar a participar de relação sexual não desejada, mesmo sendo marido/esposa ou companheiro (a).
Violência patrimonial: ação pode ser identificada em casos em que suspeito passa a reter, subtrair, destruir parcial ou totalmente objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, roupas e da vítima;