Hoje, no Cine Defensoria, teremos a presença do Kadu que será uns dos debatedores sobre identidade de gênero

Conheça um pouco sobre a história dele!

ENTREVISTA:

Carlos Eduardo Medeiros de Melo (Kadu): homem trans, conselheiro estadual do Movimento LGBT, membro do Instituto Brasileiro de Transmasculinidade (IBRAT) e estudante de ciências biológicas.

Por que você escolheu o nome “Carlos Eduardo” ou “Kadu”?

“Primeiro veio o nome Kadu, não fui eu que escolhi, mas foi uma coincidência. Depois eu escolhi Carlos Eduardo e quando isso aconteceu eu não tinha pensado que casaria com o nome Kadu. Então Kadu virou o apelido. Mas quem escolheu mesmo foram meus amigos. Na época eu precisava de um nome pra me apresentar e queria que fosse pequeno e tivesse a minha cara. Então, ficou Kadu. Para registro eu pensei em Carlos, que é o nome do meu pai e Eduardo eu sempre achei bonito”.

Qual foi o papel da sua família na sua descoberta como transgênero?

“No começo eu tive que não realizar minha transição por conta do respeito à minha mãe. Ela não aceitava e eu mantive os costumes femininos para não ir contra os valores da minha mãe. Mas chegou um momento que eu realmente percebi que não ia me fazer bem continuar nesse caminho e eu desisti. Conversei novamente com meus pais sobre realizar a transição de gênero, que era isso mesmo que eu queria e que seria feito eles gostando ou não. A partir daí eles tiveram que aceitar ou me botar para fora. Desde então eles procuraram tentar me entender”.

“Depois deles terem me apoiado foi que eu consegui chegar onde estou hoje, ter feito minha transição em paz, ter uma condição psicológica e mental boa. Considero a família um passo muito importante na questão da nossa própria aceitação. É o que te move para frente! Se não tivesse acontecido essa aceitação, por mais que tenha sido um pouco tardia, eu não teria realizado tudo que realizei hoje em dia”.

Fez alguma cirurgia plástica?

“Fiz a cirurgia de mastectomia masculinizadora, tudo particular. Quem pagou a minha avó, em fevereiro de 2017”.

Faz uso de hormônios?

“Faço uso de hormônios, desde maio de 2016, com acompanhamento médico, com o urologista, que faz parte de uma equipe do processo transexualizador”.

O que você espera do Debate no Cine Defensoria?

“Por mais que as pessoas tenham informações por vias técnicas, eu acho que não pode faltar, de jeito nenhum, um contato com uma vivência. Eu acho que o contato direto, ouvir, ver, torna mais fácil a compreensão, empatia e vontade de lutar. E ainda mostrar que essas pessoas não estão sozinhas”!

Mais Informações:

02/02 – Edição do projeto CineDefensoria, com a exibição do documentário “SOMOS: um webdoc sobre identidade de gênero”, seguida de debate sobre o tema.

LOCAL: Auditório do Núcleo da Defensoria Pública de Vila Velha (auditório Araceli Cabrera Crespo), a partir de 13h30.

Por Raquel de Pinho