A Escola da Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo (DPES) recebeu, na última sexta-feira (31), o Defensor Público do Estado de Rondônia, Dayan Saraiva de Albuquerque, para ministrar palestra com o tema “Local do Crime Sobre o Prisma Defensorial”, no Auditório Araceli Cabrera Crespo, no Núcleo de Vila Velha.
Dayan é ex-delegado da polícia de Rondônia, especialista em perícia, tendo ministrado palestras na academia de polícia do estado e será palestrante do Congresso Nacional do Juri da Paraíba, que acontecerá nos próximos dias.
Segundo a Defensora Pública Maria Isabel Leão Barbalho, devido a vasta experiência do Defensor nesta área, a DPES o convidou para ministrar a palestra sobre o local de crime sob a ótica da defesa, apresentando esta responsabilidade aos Defensores Públicos e estagiários da instituição.
A Defensora Pública Sattva Batista Goltara introduziu o evento agradecendo aos presentes dispostos a se capacitar, trocar ideias e ouvir uma experiência que vem de fora. “Quando estamos ao lado da defesa, o papel da defesa é de convencimento. Não se convence ninguém se não demonstrar interesse, se você não mostrar que conhece o que está falando. Então, esta palestra contribui para a busca desse conhecimento”, ressalta Sattva.
De acordo com o Defensor Robert Ursini dos Santos, diretor da Escola da Defensoria Pública, o evento foi realizado com o objetivo de trazer aos Defensores Públicos que atuam na área criminal mecanismos para analisar as provas periciais constantes nos processos criminais.
O especialista em perícia explica que o local de crime é uma terminologia que é utilizada pela polícia, que se refere a qualquer lugar em que foi praticado um delito, algo que afeta a investigação policial. “O tema visa, portanto, traz uma outra visão para esse instituto, que seria o local de crime. É um assunto pericial, que afeta a criminalística. Nós trazemos, então, uma análise do outro lado. Exemplo: Se a polícia e o Ministério Público têm uma visão do local de crime, a defesa, a Defensoria Pública deve ter uma outra visão. Deve conhecer o que eles fazem para poder contestar, discutir e também usar esse instrumento em favor da defesa”.
Na palestra, Dayan lembra que é necessário que não haja interferência externa e que tudo seja feito com cuidado e cautela para que o local do crime se mantenha com a mesma configuração inicial. “Preservar o local imprime credibilidade aos vestígios encontrados e consequentemente confiabilidade ao resultado da perícia, o que contribui para que a justiça seja feita”, explicou o Defensor.
Por Raquel de Pinho e Nina Wyatt