O que é e como denunciar violência política de gênero  

Em 2024 acontecem as eleições municipais. Na medida em que o pleito eleitoral se aproxima, a temática da violência política de gênero se torna mais evidente. De acordo com a Justiça Global, esse é o dos fatores que resultam na pouca participação feminina na política nacional. Mas afinal, o que é violência política? Agressão física, psicológica, econômica, simbólica ou sexual contra a mulher, com a finalidade de impedir ou restringir seu acesso e exercício de funções públicas. Esse é conceito básico deste tipo específico de violência, tipificado na Lei 14.192 de agosto de 2022. 

A norma estabelece mecanismos de prevenção, repressão e combate à violência política durante as eleições e no exercício de direitos políticos e de funções públicas para mulheres. De acordo com a lei, violência política é toda ação, conduta ou omissão que impeça, crie obstáculos ou restrinja os direitos políticos das mulheres. A norma também altera o Código Eleitoral, proibindo a propaganda partidária que deprecie ou discrimine a mulher em razão do gênero, cor, raça ou etnia. 

 Para a defensora pública Laís Ribeiro, do Núcleo de Defesa dos Direitos das Mulheres (NUDEM), a denúncia desses casos desempenha um papel crucial, pois contribui para a visibilidade e responsabilização dos agressores, além de fortalecer o enfrentamento a essa forma de violência. “Denunciar é um ato de coragem que não apenas busca justiça para a vítima, mas também colabora para o desestímulo dessas práticas, promovendo uma cultura de repúdio à violência política de gênero”.  
 
As mulheres podem sofrer violência quando concorrem, já eleitas e durante o mandato. Confira alguns casos:  

 Candidatas 

  • Interrupção frequente de fala em ambientes políticos; 
  • Desqualificação das suas habilidades e função;  
  • Desproporcionalidade no repasse do fundo partidário; 
  • Desvio de recursos para as candidaturas masculinas; 
  • Ameaças à candidata, por palavras, gestos ou outros meios; 
  • Difamação da candidata 

 
Eleitas:  

  • Falta de indicação para liderar partidos; 
  • Constantemente interrompidas em seus lugares de fala; 
  • Excluídas de debates; 
  • Julgadas pela aparência física e forma de vestir; 
  • Questionadas sobre suas escolhas de vida privada; 
     

Como denunciar? 
Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180