O Espírito Santo é o terceiro estado com o maior número de adolescentes (12 a 18 anos) assassinados. Mas o cenário capixaba é ainda pior: quatro municípios estão na lista dos 20 onde há mais homicídio de jovens desta faixa etária: Serra (o 1º do país), Vila Velha (6º), Vitória (14º) e Cariacica (16º).
Os dados são do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), que tem como base as mortes ocorridas no Brasil em 2014. Eles foram apresentados durante a audiência pública “Crianças e Adolescentes vítimas de Agressão”, realizada na última segunda-feira na Assembleia Legislativa estadual (Ales).
Participante do debate, o coordenador de Infância e Adolescência da Defensoria Pública do ES (DPES), o Defensor Público Hugo Fernandes, afirma que esse diagnóstico torna as ações da DPES ainda mais importantes. De acordo com ele, a instituição vem trabalhando para aperfeiçoar a atuação no combate à violência contra crianças e adolescentes.
Prova disso é o fluxo de atendimento criado para os defensores que trabalham com este público, segundo o coordenador. Tal procedimento estabelece as medidas que devem ser tomadas por esses profissionais e quais os encaminhamentos devem ser dados aos assistidos.
“Há muito tempo tem pessoas solicitando apoio da nossa instituição em caso de violência sexual. A gente não tinha um trabalho organizado. Cada defensor sozinho tentava se articular e fazer o seu melhor, individualmente. Então, nos organizamos, conhecemos o Fórum Araceli, começamos a conversar com os conselhos tutelares e montamos um fluxo”, contou Hugo Fernandes.
Ainda segundo o coordenador, a mudança de nome do auditório da Defensoria em Vila Velha para Araceli Cabrera, em agosto deste ano, é mais um passo da instituição na promoção dos direitos de crianças e adolescentes. A menção é uma homenagem à menina Araceli, uma das mais emblemáticas vítimas de violência contra criança no país.
Confira trecho da fala do Defensor durante a audiência pública:
Saiba mais sobre o IHA:
O estudo foi feito pelo Laboratório de Análise da Violência (LAV), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Os números do quadro abaixo levam em consideração a porcentagem em relação ao número de 1.000 habitantes.
Os quadros a seguir foram retirados da publicação Índice de Homicídios na Adolescência: IHA 2014.
Por Leandro Neves