O estagiário de Direito da Defensoria Pública do Espírito Santo, Danglar Soeiro Rodrigues, aos 66 anos, passou no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
No Brasil, o exame da Ordem é obrigatório para se obter o direito de advogar. O nível da prova é considerado bastante alto pela maioria dos concorrentes. O exame é composto por duas fases, sendo a primeira por questões de múltipla escolha e a segunda apenas com perguntas dissertativas.
Danglar fez a prova objetiva no dia 2 de abril e a discursiva no dia 2 de maio deste ano, sendo aprovado em ambas e não as considerando difíceis. “Talvez o meu caso seja diferente, pelo fato de gostar de ler e sempre procurar entender o que leio e pelas informações, mesmo que inconscientes, acumuladas na memória ao longo do tempo”, compara.
Para aqueles que irão fazer a prova da OAB, o estagiário deixa algumas dicas que acredita: “estabelecer meta; usar mapa mental, foco no conteúdo principal, exercitar a redação, visão holística do conjunto da obra, simulados e experiência prática”.
História de Vida
Casado há 41 anos com a Sonia Aguiar Queiroz Rodrigues, Danglar é pai da Kryna, do Danglar e do Douglas, o caçula que os deixou em 1988, além de avô da Yasmin e do Danilo.
Nascido no interior de Linhares, começou a ser alfabetizado com quatro anos em uma escola rural e teve pais agricultores, que viviam da cultura de milho, feijão, café, entre outros cereais.
Em 1965 passou no exame de admissão na Escola Técnica Federal do Espírito Santo. Pertenceu à última turma de alunos internos da Escola pelo período de quatro anos, onde concluiu o ginásio industrial (primeiro grau) e estudou cerâmica, tipografia, marcenaria e mecânica.
Em seguida concluiu o curso de eletrotécnica, como segundo grau, na mesa escola. Fez estágio e trabalhou como técnico em eletricidade, e ainda gerenciou uma oficina de equipamentos elétricos por sete anos.
Após concluir o curso superior em Administração de Empresas, mudou de área técnica para a área comercial, onde ocupou vários postos gerenciais, no interior do Estado e em Vitória.
Em 2002 iniciou um projeto de vida antigo e começou a fazer o curso de Direito na Faculdade de Direito de Vitória (FDV), onde estudou até junho de 2003. Teve que interromper seus estudos para trabalhar em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, como superintendente comercial, por três anos, em uma empresa distribuidora de energia elétrica.
Posteriormente seguiu para São Paulo, como gestor de planejamento comercial e projetos, até encerrar as atividades neste ramo e passar a morar em Itacaré, na Bahia. Nesta cidade, morou por um ano, quando organizou um sítio que tem até hoje e considera seu local de descanso.
Em 2014, dividindo o tempo entre Vitória e Itacaré, com atividades próprias, resolveu retornar à Faculdade para concluir o curso iniciado em 2002.
“Ao retornar à faculdade estabeleci como primeira meta passar na OAB e para isto tomei apenas alguns cuidados básicos, entre eles: assiduidade, atenção e participação nas aulas; estudar para entender as disciplinas e de sobra fazer as provas; fazer simulados sempre que possível e elaborar trabalhos complementares ao conteúdo disciplinar com qualidade”, explica Danglar.
O estagiário começou a trabalhar na Defensoria Pública, em junho de 2016, como voluntário, por dois dias na semana, até que, a convite do Defensor Felipe Ceolin Lírio, passou a ser estagiário regular.
“De forma direta ou indireta o estágio sempre foi muito importante, porque como o aprendizado se dá por velocidade e repetição. Quem faz estágio tem as seguintes vantagens em relação a quem não faz: visão integrada da teoria com a prática, melhoria no desenvolvimento do raciocínio lógico; desenvolvimento da redação em função do tempo disponível, objetividade, entre outras” ressalta.
Há poucos meses de concluir a tão sonhada faculdade, o estudante de direito segue focado: “alcançada a primeira meta, agora é hora de planejar a segunda meta a ser posta em prática a partir de 2018: advogar!”.
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