Desastre Ambiental: Vila de Povoação, na foz do Rio Doce, está entre as mais afetadas pela lama

A tragédia ambiental provocada pela lama de minério que invadiu o Rio Doce já vitimou milhares de famílias capixabas, e de acordo com especialistas os problemas estão apenas começando.

Além de afetar os centros urbanos, como Colatina e Baixo Guandu, o mar de lama atinge principalmente as populações ribeirinhas, pessoas cuja cultura e os princípios foram formados com base na integração direta com o Rio Doce e seu ecossistema.

São centenas de famílias, em comunidades indígenas e vilas de pescadores, que moram à beira do rio e na foz, e que tem ali naquelas águas sua única forma de sustento, seja através da pesca, da criação de animais ou de atividades informais.

Entre essas localidades está o distrito de Povoação, um vilarejo com pouco mais de 3 mil habitantes onde as famílias são compostas por pescadores, pequenos agricultores e comerciantes que dependem exclusivamente do rio para sobreviverem.

Em recente visita ao local, a Defensoria Pública Estadual pode observar de perto os problemas enfrentados e o tamanho do estrago causado pela lama, que já se estende por mais de 40 quilômetros mar adentro.

Peixes e animais mortos, água imprópria para consumo e falta de informações são alguns dos reflexos. Por toda a vila a maior reclamação de quem mora ali é a de que Povoação está esquecida. Moradores relatam falta de informações sobre a qualidade da água e ausência de ações efetivas de auxílio.

“O temor da população é quanto a repercussão econômica e social, uma vez que as atividades da vila são ligadas direta ou indiretamente à pesca ou ao turismo, que apesar de ainda ser incipiente no local envolve bastante gente e já se encontra extremamente comprometido”, afirma a Defensora Pública Ana Luiza Silva Robazzi.

Grupo de Trabalho

As informações coletadas junto aos moradores e todo o registro realizado na visita irão compor um relatório que está sendo elaborado pelo Grupo de Trabalho da Defensoria Pública.

Esse grupo, formado para tratar exclusivamente da questão, está visitando vários distritos e localidades afetadas pelo mar de lama oriundo das barragens rompidas da Samarco.

Os Defensores estão colhendo e registrando informações junto aos moradores, além de prestarem orientações jurídicas a todas as famílias. Os trabalhos integram um plano de ação traçado pela DPES para atender às demandas das vítimas dessa que já é considerada umas das maiores tragédias ambientais do século 21.

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