Membros de diversas comunidades pesqueiras do município de Serra, que foram atingidas pelo desastre ambiental no Rio Doce, participaram de uma reunião promovida pela Defensoria Pública do Espírito Santo no bairro Jacaraípe, na última quinta-feira (18). O encontro reuniu pescadores de Jacaraípe, Bicanga, Manguinhos, Carapebus, Nova Almeida e da Lagoa Juara. Estima-se que mais de 500 pescadores e pescadoras enfrentam dificuldades de acesso aos programas da Fundação Renova.
Além dos representantes das comunidades atingidas, também estiveram presentes membros da Pastoral da Pesca, da Rede de Pesquisa Com Rio Com Mar e a Federação das Associações de Pescadores Profissionais, Artesanais e Aquicultores do Espírito Santo (Fepaes).
O evento contou com a participação do defensor público e membro do Núcleo de Defesa Agrária e Moradia (NUDAM) Rafael Portella, que prestou esclarecimentos jurídicos sobre o momento atual do desastre ambiental, bem como contextualizou os presentes acerca do reconhecimento do litoral capixaba como área efetivamente atingida pelos rejeitos, comprometendo não só o meio ambiente, mas a malha econômica de inúmeras comunidades.
Ao final da reunião foi criada uma comissão com representantes de todas as comunidades pesqueiras. Segundo Portella, os pescadores não serão prejudicados e cada caso será analisado rigorosamente. “Foram colhidos depoimentos muito ricos com informações sobre os locais onde eram desenvolvidas as atividades pesqueiras, as diferenças de cada tipo de pesca, a existência de embarcações de diversos portes e os danos que o desastre tem acarretado a rede de apoio. Montar a comissão de pescadores de Serra é o primeiro passo para mapearmos as informações e entender as demandas” afirmou.
De acordo com Manuel Bueno, Presidente da Fapaes o trabalho da Instituição está sendo fundamental para sanar as dúvidas das comunidades. “Muitos pescadores tinham dúvidas sobre o minério, sobre o mal que ele faz para a saúde e até mesmo por onde ele percorre. Nessa reunião também fomos bem esclarecidos sobre os nossos direitos e só temos a agradecer a Defensoria por estar nos ajudando”, afirmou Bueno.